"Como um romance"

A leitura de " Como um romance', de Daniel Pennac iniciou antes mesmo de abrir suas páginas, uma vez que a indicação da bibliotecária da escola me instigava: " É a tua cara..."Como sempre refleti sobre o papel da escola na formação do leitor, a indicação foi certeira...
A priemira leitura da obra,em 2005, foi feita de um só sôfrego,fiquei bastante sensibilizada e encontrei no livro um modelo de professor que eu pretendia ser, exceto pelo fato de andar desenhando no vento com uma moto. Esperava tirar da minha mochila esse universo fantástico da arte literária. Em 2010 chegara  o momento de retirá-lo da estante, entre tantos outros...e o livro não é mesmo traiçoeiro? Como num romance real, nos olhamos com ternura novamente, era como reencontrar um antigo amor. Mas o tempo já havia trabalhado, eu já não era mais a mesma: Será que Daniel Pennac me reconquistaria?
Sim,eis  o paradoxal da leitura que tanto me encanta, apresentado na p.19 do livro, que reside justamente na possibilidade de "abstrair do mundo para lhe emprestar sentido." Como um romance deveria ser leitura obrigatória para os professores de Língua Portuguesa...para devolver - lhes o entusiasmo tantas vezes negado pelo trabalho árduo e cansativo, para colocar - lhe a pensar sobre o trato que dá a leitura, para motivar e acolher, afinal para entreter e arejar, remeter a novos horizontes...

Ler, ler, ler...

Minha experiência com a leitura daria um belo conto.Não seria de fadas, porque minha paixão pelos livros não nasceu de um “plim” ou outra fórmula mágica, mas de um acolhimento, que  por diferentes motivos, fui encontrando neles...Hoje, leio quase tudo que cai na minha mão, mas tenho minhas preferências e meus preferidos,claro! Assim, poderia, tranquilamente,parafrasear Descartes e dizer:Leio, logo existo!